Manter a greve, iniciada a 16 de Fevereiro, e reafirmar a exigência de uma proposta da empresa, para negociação, foram decisões tomadas no domingo, num plenário de trabalhadores da Somincor, que juntou o pessoal de todos os turnos das minas de Neves-Corvo (Castro Verde). Na reunião, que teve lugar na sede do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira, em Aljustrel, foi ainda decidido apoiar a deslocação de uma delegação à Presidência da República, agendada para hoje, com o objectivo de averiguar a posição de Cavaco Silva sobre o documento que, no dia 13, lhe foi entregue em Almodôvar por representantes sindicais. Com a greve, de duas horas por turno, os trabalhadores exigem o aumento do valor do «subsídio de fundo» e o pagamento integral da compensação, acordada há já alguns anos, pela laboração no Dia de Santa Bárbara, padroeira dos mineiros. No dia 17 teve lugar, em Lisboa, uma reunião entre o sindicato, a administração e o Ministério do Trabalho, mas a Somincor «nem sequer admitiu negociar» e apenas exigiu a desconvocação da greve, explicou o presidente do sindicato, citado pela agência Lusa. Jacinto Anacleto considerou a posição patronal «uma afronta», repúdio que foi confirmado, horas depois, em plenários na mina.